Nesta postagem você poderá assistir a uma vídeo aula sobre a regionalização do Brasil e poderá o texto de apoio sobre o mesmo tema. Qualquer dúvida é só postar aqui.
Vídeo-aula sobre a Regionalização do Brasil
Por regionalização, entende-se a divisão de um espaço ou território em unidades de área que apresentam um certo número de características que as individualizam.
A regionalização pode ser estabelecida com base em diferentes critérios (físicos ou naturais, socioeconômicos, etc.) e tendo em vista diferentes objetivos ou finalidades, tais como políticos, econômicos. estatísticos (divulgação de dados estatísticos), administrativos, de planejamento, didáticos (ensino da Geografia).
As divisões regionais oficiais do Brasil
O surgimento das divisões regionais oficiais do Brasil está vinculado à centralização do poder político na esfera federal e à política de industrialização e de integração econômica e territorial implantada na década de 30 pelo governo Getúlio Vargas.
No início do século XX, a economia brasileira era constituída por várias economias regionais fracamente ligadas entre si e estruturadas com base na exportação de produtos primários. A fragmentação econômica regional configurava o que se convencionou chamar de“arquipélago econômico”. O Nordeste açucareiro, o Sudeste cafeeiro e a Amazônia extrativista (borracha) eram as principais “ilhas” formadoras do arquipélago econômico.
Como a integração entre as economias regionais era muito limitada, os mercados regionais tinham maior importância que o mercado nacional. Outra característica da’ ‘economia de arquipélago” era a forte concentração de poderes nas mãos das oligarquias estaduais e regionais, como a oligarquia cafeeira.
Na década de 30, impulsionado pela política de industrialização e de integração econômica do espaço nacional, o governo Getúlio Vargas desmontou a estrutura espacial da economia de arquipélago, criando em seu lugar uma economia espacialmente integrada, ou seja, uma economia nacional.
O processo de integração econômica do espaço nacional contou, entre outras, com as seguintes iniciativas por parte do governo federal: A extinção dos impostos que cada um dos estados cobrava sobre as mercadorias provenientes dos outros estados. A remoção dessa barreira alfandegária entre os estados facilitou o incremento do comércio interestadual e inter-regional.
A eliminação do direito que os estados tinham de legislar sobre o comércio externo. A realização de grandes investimentos por parte do governo federal em obras de infra-estrutura ou serviços de alcance nacional (transporte, comunicações, energia, saúde, educação, etc.), facilitando a integração da economia e do território nacionais.
A integração econômica do espaço nacional gerou a necessidade do conhecimento estatístico do território. Por isso a preocupação do governo federal em estabelecer, pela primeira vez no Brasil, uma divisão regional oficial. Fruto dessa preocupação governamental foi a criação, em 1938, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O surgimento do IBGE, no ano seguinte ao da implantação do Estado Novo (ditadura Vargas, iniciada em 1937), “reveste-se de caráter estratégico importante já que ele será visto como mecanismo tecno-científico de instrumentalização do espaço, necessário para impulsionar o desenvolvimento capitalista no Brasil e a construção do Estado-Nação” (André Roberto Martin, in Revista do Departamento de Geografia da USP, n. 5, p.79).
As divisões regionais de 1946 e 1969
Em 1938, nascia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ), encarregado de realizar os levantamentos demográficos, econômicos e sociais abrangendo a totalidade da população e das estruturas produtivas do país. Em 1946, o IBGE apresentou a primeira divisão oficial do território brasileiro, que tinha como objetivo uniformizar e tornar comparáveis entre si os estudos e levantamentos estatísticos realizados pelos diversos órgãos federais, fornecendo-lhes uma base territorial comum. Além disso, pretendia servi de suporte para o ensino de Geografia do Brasil nas escolas.
Essa primeira regionalização do Brasil foi baseada no conceito de região natural. Assim, as unidades regionais foram identificadas através do estudo das influências recíprocas entre diferentes fatores naturais, principalmente clima, vegetação e relevo. Apesar de baseada na uniformidade dos elementos da natureza, a divisão regional de 1946 considerava as unidades políticas do território, todos os estados foram “encaixados” inteiros dentro das grandes regiões, mesmo aqueles que apresentam paisagens naturais muito distintas dentro de suas fronteiras.
Em 1969, o governo brasileiro tornou oficial uma nova proposta de regionalização, também saída dos quadros do IBGE. Essa divisão foi fundamentada no conceito de regiões homogêneas, definidas segundo uma combinação de características físicas, demográficas e econômicas. As regiões homogêneas foram delimitadas a parti de estudos setoriais envolvendo os domínios ecológicos, o comportamento demográfico, a estrutura industrial, a agricultura, a rede de transportes etc. O resultado desses estudos foi a divisão do Brasil em 360 microrregiões homogêneas, agrupadas em cinco grandes unidades macrorregionais. Assim como na Divisão regional de 1946, os limites interestaduais foram considerados no traçado das Grandes Regiões.
Na Divisão Regional do Brasil de 1969, os estados da Bahia e Sergipe foram incluídos na Região Nordeste. Grande parte do território desses estados caracteriza-se pela baixa pluviosidade e integra o “Polígono das Secas”. Segundo os técnicos do IBGE, essa condição natural gera problemas socioeconômicos comuns à região nordestina; daí a nova delimitação da Região Nordeste.
A Região Sudeste foi criada em substituição à antiga Região Leste; São Paulo, antes pertencente à Região Sul, passava a integrar a Região Sudeste. Essas modificações foram justificadas com base no processo de industrialização e de crescimento econômico do país. A concentração da indústria nos estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais serviu de base à criação de uma região “central” do ponto de vista da economia. O núcleo triangular São Paulo-Rio de Janeiro-Belo Horizonte surgia como ímã dessa região “central”. Juntos, os três estados detinham 80,3% do valor da transformação industrial do país e 70,1% dos empregos
do setor.
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